70 anos de Vidas Secas
“Na planície avermelhada,
os juazeiros alargavam duas manchas verdes.
Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro,
estavam cansados e famintos.
Ordinariamente, andavam pouco,
mas como haviam repousado
bastante na areia do rio seco,
a viagem progredira bem três léguas.
Fazia horas que procuravam uma sombra.
A folhagem dos juazeiros apareceu longe,
através dos galhos pelados da caatinga rala.” [...]
os juazeiros alargavam duas manchas verdes.
Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro,
estavam cansados e famintos.
Ordinariamente, andavam pouco,
mas como haviam repousado
bastante na areia do rio seco,
a viagem progredira bem três léguas.
Fazia horas que procuravam uma sombra.
A folhagem dos juazeiros apareceu longe,
através dos galhos pelados da caatinga rala.” [...]

retirada do sítio www.graciliano.com.br/artevisu04m.html
*****
Durante todo o mês de novembro, os Centros Culturais Banco do Nordeste de Fortaleza e Cariri irão homenagear os 70 anos de Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos. Publicado pela primeira vez em 1938, o livro, considerado um dos mais representativos do regionalismo brasileiro, ganhou proporções internacionais chegando a ser traduzido para francês, inglês, italiano, russo, tcheco, polonês, alemão, espanhol, húngaro, búlgaro, romeno, finlandês e holandês.
*
Vinte e cinco anos depois de lançado, Vidas Secas chegou ao cinema. Pelas mãos de Nelson Pereira dos Santos, que soube traduzir em imagens o espírito e a essência do livro. Se Vidas Secas não for o melhor livro de Graciliano (e existem os que acham que sim), certamente, é o melhor filme de Nelson.
Vinte e cinco anos depois de lançado, Vidas Secas chegou ao cinema. Pelas mãos de Nelson Pereira dos Santos, que soube traduzir em imagens o espírito e a essência do livro. Se Vidas Secas não for o melhor livro de Graciliano (e existem os que acham que sim), certamente, é o melhor filme de Nelson.
Vidas Secas é uma obra que busca sensibilizar o leitor para as causas sociais, utilizando como instrumento a palavra escrita. Típico de Graciliano Ramos, famoso por retratar o estigma da seca e as mazelas do nordeste brasileiro. Ler Vidas Secas é conhecer um pouco do sertão nordestino e conviver com Fabiano e sua família, questionando o porquê de tanta injustiça social. Além disso, mostra uma história que continua latejando na literatura brasileira, como uma ferida aberta pela miséria e pela seca no sertão nordestino.
Intitulado “Vidas para sempre Secas?” o evento multimídia, que homenageia a obra de Graciliano Ramos, surge com a pretensão de criar uma interação entre o mundo daquela família de retirantes e a atualidade, propondo uma discussão da realidade. Serão vidas? Para sempre seca? ou Seca para sempre? O evento conta com oficinas de leitura, leituras guiadas, exposição temática e bibliográfica, mesas redondas, seminário avançado, exibição de filmes, documentários e depoimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário